A Comunicação humana cada vez mais tem vindo a ser valorizada, seja pelos seus elementos verbais e não verbais. De entre eles, a voz, a face e o corpo têm sido os mais estudados.
Cabe ressaltar que os estudos mais consensuais estão voltados para a voz e para a face, sendo a linguagem corporal, ainda alvo de muita controvérsia no meio científico.
Ao contrário do que o comum das pessoas pensa, a voz é não verbal em virtude de vários traços acústicos e áudio-perceptuais que imprime, além da prosódia que de forma leiga, a tudo isso, chamam de TOM de voz. A voz pode ser mensurada, avaliada e trabalhada cientificamente com base em protocolos e métodos validados para tal efeito.
A análise acústica utiliza-se baseada em softwares como o PRAAT que possibilita a mensuração visual de parâmetros como são: a frequência fundamental, a extensão máxima e a dinâmica, a intensidade média, os formantes, os harmônicos, a coarticulação, a taxa de elocução, entre outros, dependendo de uma série de fatores e daquilo que pretendemos investigar e comprovar.
Já os parâmetros áudio-perceptuais relacionam-se com a qualidade vocal, tipo de voz, coordenação pneumofonoarticulatória, pitch, loudness, ressonância vocal, projeção vocal, articulação, velocidade e ritmo de fala, pausas, ênfases e inflexões, entre outros.
Assim, não é demais lembrar que Terapeutas da fala ou Fonoaudiólogos são os profissionais habilitados para analisar ou trabalhar a voz, seja na prevenção, promoção, otimização e na reabilitação, (quando necessária).
Da mesma forma, a face é cientificamente estudada por meio de um instrumento validado também cientificamente, o FACS (Facial Action Coding System), elaborado por Ekman, Friesen e Hager (2002), no qual se verificam as unidades de ação muscular e cuja análise deverá ser realizada em laboratório por especialistas, autorizados para tal.
Tanto as macro expressões muito relacionadas com as expressões universais e primárias, como as micro expressões podem ser analisadas. Estas últimas obedecem à análise frame a frame por ocorrerem muito rapidamente, de ¼ a 1 segundo. É nelas que identificamos as incongruências entre o verbal e o não verbal. A melhor forma de análise é por meio de vídeos onde conseguimos obter a dinâmica dos movimentos, o contexto, a fala, os fatores sistêmicos, o que não ocorre em fotos que são posadas e estáticas e podem induzir em erros.
Em relação à linguagem corporal, ela baseia-se em sinais que – na verdade – são vestígios, indícios e não provas, pois não existe um protocolo validado que estabeleça um padrão. Fatores sistêmicos, o contexto, a baseline e o conteúdo verbal são fundamentais para podermos concluir com certezas absolutas. Apenas conseguimos indícios. A ciência evolui e alguns cientistas dedicados têm estudado essas áreas. Ainda assim, afirmar que uma pessoa mente por um sinal como coçar o nariz, por exemplo, é uma opinião com base num indício, mas não traduz uma certeza e a ciência não se baseia em opiniões, mas em dados e provas. Coçar o nariz pode ser um hábito ou decorrer de uma alergia, a título de exemplo.